30 setembro 2009

Ser fonoaudiólogo...

Existem dúvidas da sociedade com relação à atuação do fonoaudiólogo. Não pensem que essas dúvidas são fruto de uma desvalorização do nosso trabalho! Não! Apenas são consequência do desconhecimento da fonoaudiologia – ciência tão complexa e abrangente.

Digo complexa porque nosso principal objeto de estudo é a comunicação humana. Digo abrangente porque atuamos em diversos setores da sociedade: rádio, televisão, teatro, cinema, escolas, empresas, hospitais, clínicas, centros de saúde e universidades, sem falar na participação ativa de muitos fonoaudiólogos nos processos de inclusão social.

Nossa atuação circula em diversas áreas do conhecimento: saúde, educação, artes, política, entre outras, por isso nossa formação é árdua e requer muito estudo.

Ser fonoaudiólogo é ter, ao mesmo tempo, conhecimento científico, intuição e sensibilidade, além de saber ouvir – ouvir, sentindo quem nos fala. Lembrem-se não somos técnicas, somos terapeutas; não lidamos com as doenças, lidamos com as pessoas e por isso não podemos esquecer da subjetividade do nosso semelhante. É preciso fazer ciência sem perder a humanidade – lembrem-se que participamos da arte da reabilitação e reabilitar não é apenas solucionar alterações e sequelas, é também possibilitar a construção ou a reconstrução da história de vida de uma pessoa.

Falo na condição de uma apaixonada pela fonoaudiologia, profissão que me proporciona várias emoções e alegrias a cada dia de trabalho.

Me emociono com o crescimento das minhas alunas em sala de aula – futuras fonoaudiólogas, me emociono com a evolução dos meus pacientes... com o sorriso da mãe ao ver seu filho sair de um mundo de silêncios; com a lágrima de quem escuta pela primeira vez; com o alívio da recente mãe ao ver seu bebê prematuro sugando seu seio; com a alegria de quem nunca pode manifestar seus pensamentos, ao se comunicar de forma alternativa.

Como vocês podem ver, ser fonoaudiólogo é realmente muito complexo.

Por isso, precisamos exercer nossa profissão com muito estudo, dedicação, ética e respeito. Respeito a nós mesmas, aos nossos colegas e, principalmente, aos nossos pacientes e seus familiares.

E para finalizar, utilizo as palavras de Chico Xavier... lembrem-se que as grandes mudanças não ocorrem por grandes feitos de alguns, e sim, nas pequenas parcelas cotidianas de cada um de nós.