15 dezembro 2011

II CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE A CRIANÇA E O ADOLESCENTE: A LINGUAGEM, O CORPO E A ESCRITA (18 A 21 DE JULHO 2012, SANTA CRUZ DE CABRÁLIA, BA, BRASIL)

Fone: 11 3473 5458 / 6365 5095
Email: institutolangage@institutolangage.com.br
Público Objetivo psicólogos e profissionais interessados da área da Educação

05 abril 2011

DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM

Ainda na vida intrauterina, mais precisamente na vigésima semana de gestação, o bebê adquire a habilidade de ouvir. A partir do nascimento, a comunicação surge, inicialmente através de respostas reflexas – como a busca pelo seio materno ao simples toque na comissura labial do pequeno ser – e, gradativamente, vai se tornando voluntária e mais elaborada. A mãe interpreta o choro do seu bebê, enquanto ele aprende que suas atitudes causam outras em sua mãe que, geralmente, lhe enchem de prazer e de conforto – é o início da aquisição da linguagem humana.
No que se refere à aquisição da linguagem, Vygotsky (2005) afirma que segue a direção do exterior para o interior, ou seja, através das relações interpessoais, dos diálogos, a criança começa a receber informações e a desenvolver a sua fala e também a sua comunicação intrapessoal. No desenvolvimento infantil, a primeira forma de fala é a social, que tem por objetivo a comunicação propriamente dita.
[...] a função social da fala já é aparente durante o primeiro ano, isto é na fase pré-intelectual do desenvolvimento da fala.. as risadas, os sons inarticulados, os movimentos etc. são meios de contato social a partir dos primeiros meses de vida da criança (VYGOTSKY, 2005, P. 53).
Desde o nascimento a comunicação está presente. Para Rotta e Pedroso (2006), o recém-nascido manifesta o choro inarticulado e até os três meses de vida apresenta discriminação de algumas palavras. De acordo com Zorzi (2008), nos primeiros dois meses de vida, o bebê apresenta comportamentos reativos determinados por uma organização nervosa reflexa. Nessa fase o bebê ainda não se constitui como sujeito, ainda não consegue fazer diferenciação entre ele e os outros que o cercam. O bebê olha, movimenta-se, manifesta interesse pelas pessoas e objetos, busca seguir trajetórias, vocaliza, chora, reage a sons e a vozes familiares, manifestando uma comunicação não intencional, que é interpretada como um ato comunicativo intencional pelos adultos e o que constitui um fator relevante para o desenvolvimento posterior. Segundo Pessôa e Moura (2008), a mãe oferece significados às ações do bebê e essa interação possibilita a construção do conhecimento por parte da criança e o processo de desenvolvimento da linguagem.
Moyles (2002, p.51) afirma que “os aspectos comunicativos da linguagem ocorrem em todas as situações da vida de uma criança pequena”. Segundo a autora, o primeiro sistema de linguagem da criança acontece na sua própria casa, construído a partir da interação familiar através “de negociação de significados por meio de canais verbais, e não-verbais desde o nascimento.”
Zorzi (2008) afirma que entre dois e oito meses de idade, o bebê torna-se cada vez mais ativo e capaz de organizar-se para exploração do mundo ao seu redor – pessoas e objetos tornam-se o centro de interesse. Apresenta maior domínio motor e maiores recursos para interagir, mas ainda não organiza procedimentos comunicativos intencionais. Rotta e Pedroso (2006) referem que o bebê, com idade entre quatro e seis meses, discrimina sons da fala familiar, compreende palavras rotineiras e inicia o balbucio – primeiro as vogais, depois as consoantes –, formando palavras com sílabas repetitivas e sem significado, como, por exemplo, “mamama”.
Entre sete e nove meses, o bebê produz palavras com sílabas repetidas e significados, apresentando também desenvolvimento na produção gestual comunicativa, inclusive a capacidade de apontar objetos. As primeiras palavras com sílabas não repetidas surgem entre dez e doze meses (ROTTA; PEDROSO, 2006). No período entre o oitavo e o décimo segundo mês surgem condutas comunicativas intencionais: a criança dirige atitudes comunicativas aos outros, procurando dar início à interação ou respondendo às tentativas dos outros. Dos doze aos dezoito meses, a criança aumenta seu poder de comunicação, quando surgem as primeiras palavras e combinações de duas palavras (ZORZI, 2008).
Vygotsky (2005) afirma que, em relação ao significado, a primeira palavra representa uma frase completa e, dessa forma, no aspecto semântico a criança parte do todo para a unidade, enquanto no aspecto fonético – externo, parte da unidade para o todo, conforme citação do autor a seguir:
Quando passa a dominar a fala exterior, a criança começa por uma palavra, passando em seguida a relacionar duas ou três palavras entre si; um pouco mais tarde, progride das frases simples para as mais complexas, e finalmente chega à fala coerente, constituída por uma série dessas frases; em outras palavras, vai da parte para o todo. (VYGOTSKY, 2005, p.157)
Por volta dos dois e três anos de idade, a criança é capaz de nomear e explicar a função dos objetos – momento da explosão gramatical –. Nesta fase, já utiliza frases gramaticais para se comunicar, contendo artigos e preposições, além de substantivos, verbos e adjetivos, também já usa plural e formula questões (ROTTA; PEDROSO, 2006). Também em torno dos três anos de idade, surge a fala egocêntrica que é o início do processo de internalização da linguagem: o pensamento, em princípio não-verbal, começa a transformar-se em verbal ou lingüístico (VYGOTSKY, 2005). A externalização da fala egocêntrica é bastante parecida com a fala social; porém, enquanto a fala social tem uma função comunicativa, a egocêntrica é uma facilitadora e transformadora do raciocínio. Com o desenvolvimento infantil, há uma redução da externalização da fala egocêntrica até esta se transformar em fala interior. Isso ocorre entre os seis ou sete anos, quando a criança não necessita mais do apoio externo da linguagem, pois a internalizou e já pode pensar lingüisticamente (VYGOTSKY, 2005).
A fala interior, apesar de ser vivenciada individualmente no pensamento de cada falante, tem sua origem no meio social, nos diálogos vividos pelo indivíduo. A fala egocêntrica é uma transição entre a fala social e a interior. Assim, ao mesmo tempo, a linguagem passa a ter não apenas um papel na comunicação, mas atua como um instrumento fundamental na consciência do indivíduo (VYGOTSKY, 2005).
[...] a fala egocêntrica é um fenômeno de transição das funções interpsíquicas para as intrapsíquicas, isto é, da atividade social e coletiva da criança para sua atividade mais individualizada. A fala para si mesmo origina-se da diferenciação da fala para os outros. (VIGOTSKI, 2005, p. 166)
Diferentemente de Vygotsky, Piaget conceituou a fala egocêntrica como resultado primitivo da socialização insuficiente da fala, sendo substituída pela fala social. Vygotsky (2000, p. 164) salienta que Piaget foi o primeiro a investigar e a valorizar a fala egocêntrica da criança, “mas permaneceu cego à característica mais importante da fala egocêntrica – a sua relação genética com a fala interior –, o que levou a uma interpretação distorcida de sua função e estrutura”.
A fala egocêntrica é semelhante à fala interior: não se limita a acompanhar a atividade da criança; está a serviço da orientação mental... é uma fala para si mesmo, íntima e convenientemente relacionada com o pensamento da criança (VYGOTSKY, 2000, p. 166)
De acordo com Puyuelo (2007), aos quatro anos, a fala da criança é clara e correta e, aos quatro anos e meio, apresenta fala com plena inteligibilidade fonológica. Em torno dos cinco anos, muitas crianças já conseguem utilizar a linguagem com vários propósitos: controlar os outros, interagir socialmente, chamar a atenção do outro, iniciar novos temas de conversação, informar adequadamente o interlocutor, expressar sentimentos e emoções, usar alguns termos dêiticos , falar consigo mesma de maneira audível e inaudível. Vygotsky (2003) afirma que aos cinco anos apenas o trabalho prévio, no desenvolvimento da linguagem, está pronto, pois, a partir dessa fase, a evolução deste se direciona para riqueza e complexidade da palavra infantil.
FONTE: PASQUALETO, VIVIANE. A LINGUAGEM SEM FALA, DISSERTAÇÃO DE MESTRADO, UNIVERSIDADE FEEVALE, 2010

31 março 2011

PROJETO FALANDO TUDO - fonoaudiologia escolar

Com atividades lúdicas e educativas, a Fonoaudióloga Viviane realiza prevenção e reeducação junto a alunos de Educação Infantil e Ensino Fundamental, bem como orienta e assessora pais e professores.
Onde: Caxias do Sul e Porto Alegre
Contato: Fga. Viviane (54 91817922 ou 51 93322149)

Estimulação Precoce em Fonoaudiologia

Atendimento personalizado, com enfoque no desenvolvimento global da criança, através de atividades lúdicas e prazerosas para os pequenos, além de técnicas especializadas e efetivas.
Público-alvo: bebês de 0 a 3 anos, com atrasos do desenvolvimento neuropsicomotor, desenvolvimento de linguagem; com alterações neurológicas, deficiência visual ou auditiva (ou ambas), síndromes entre outros.
Onde: Caxias do Sul e Porto Alegre
Contato: Fga. Viviane Medeiros Pasqualeto (051 93322149 054 91817922)